segunda-feira, 15 de junho de 2009

Primeira

O calor opressivo do meio da tarde dificultava-me o andar. Queria chegar a casa depressa, libertar-me da roupa, prender o cabelo e arrostar-me pelo sofá com a limonada à minha frente. Entrei na rua e, com os olhos, alcancei a parede lateral, branca, salpicada pelas sombras cinzentas dos piquinhos da tinta de areia. Outras sombras maiores e mais escuras foram-se tornando mais nítidas. Percebi nelas uma trajectória aos esses e erres. Parei no portal da minha vizinha e olhei mais atentamente. Baratas duma figa! A erva do quintal abandonado já não lhes chega, tinham que vir passear à torreira do sol pela minha parede acima! Parolas! Eu a desejar chegar a casa e pôr-me à fresca naquelas batas que só servem para isso mesmo e aquelas safadas a tentar o assalto à primeira frincha. É assim todo o Verão e pouco posso fazer. O terreno já era delas muito antes de eu me ter instalado. A invasora sou eu. Mas que querem? Baratas são sempre baratas, bichos pretos, incomodativos.
Gente, nem acredito que a minha primeira crónica foi sobre baratas. Obsessão? Complexo? Vá lá saber-se. Com tanta coisa que vejo e oiço, logo os dedos do teclado foram fugir-me para isto. Francamente! Dizem os estudos que se criam catorze blogs por segundo, com temas diferentes, porém, duvido que algum criado neste último segundo fale de baratas, a menos que pertença a alguma sociedade zoófila!

1 comentário:

  1. gostei da força bigada tens um blog engraçado.baratas ahah!muito bom,dá noticias e bjokas

    ResponderEliminar

Escreva, escreva!
Acrescente a sua perspectiva e enriquecer-nos-emos.