domingo, 17 de outubro de 2021

O Poder da Palavra

 

 Você fala sozinho? Especialistas garantem que o hábito é normal e faz bem à  saúde

 

É incrível o poder da palavra.
A Palavra é o que nos distingue do resto da criação divina. Pela palavra comunicamos.
Existem três categorias de palavras: as que se pensam, as que se dizem e as que se calam; e dentro destas existem outras variedades. As palavras são como as árvores. Ramificam-se.
Como diz o poeta, há palavras que nos beijam como se tivessem boca.... São palavras de simpatia, amizade, compreensão, carinho, paixão, amor. Precisamos delas para nos sentirmos vivos, para perspetivarmos o mundo, para nos posicionarmos na vida, para estarmos bem com os outros e connosco próprios.
Há palavras que gritam. Cada pensamento, som ou gesto é raiva e ódio. Não precisamos delas pois conflituam-nos de tal maneira que baralham a lucidez e o discernimento.
Também há as palavras inúteis, não porque a inutilidade resida na palavra, mas porque não são necessárias para os momentos. A extrema alegria ou a morte tornam-nas inúteis.
Inúteis são, também, as que tentamos dizer a alguém que cala as palavras. Quem cala palavras não gera comunicação. Produz reticências, silêncios , dúvidas.
Por fim há as palavras mal-entendidas. Podem-se pensar, dizer ou calar mas não cumprem a missão de comunicar. Partem do seu destino com uma intenção mas chegam irreconhecíveis.
São tão perigosas como incontroláveis. Perigosas porque distorcem a realidade e arruínam relações. Incontroláveis porque quando partem de nós carregam o nosso sentir, levam instruções expressas, mas confundem-se e transmutam-se, devido a factores externos.
Infelizmente, parece ser esta última variedade a que mais existe por aí. Utilizamos uma amálgama de palavras, das várias categorias e variedades e não nos damos conta da importância da escolha. Os factores externos somos nós próprios. Uma atitude impensada, um gesto deslocado e toda a palavra que de nós sai fica mirrada, seca, espalhada no deserto da incompreensão.
O que nos distingue do resto da criação divina torna-nos, às vezes, infelizes.


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