Encontrei estes versos num comentário do face e não resisti. A Culpa, coitada, bem quer morrer solteira mas não a deixam. Tantos pretendentes, incluindo cada um de nós. Todos somos culpados de alguma coisa, quanto mais não seja de não termos culpa de coisa alguma...
Na minha profissão, então,é ver quem atira mais culpas em modo olímpico: mais alto, mais forte, mais longe. E a maior parte das vezes é tão simples de ver que a culpa está tão somente em nós próprios. Pequenez, arrogância, acriticismo, (sei lá!), tolda-nos a perspetiva e a cor da realidade.
A culpa é do pólen dos pinheiros
Dos juízes, padres e mineiros
Dos turistas que vagueiam nas ruas
Das 'strippers' que nunca se põem nuas.
Da encefalopatia espongiforme bovina
Do Júlio de Matos, do João e da Catarina
A culpa é dos frangos que têm HN1
E dos pobres que já não têm nenhum.
A culpa é das prostitutas que não pagam impostos
Que deviam ser pagos também pelos mortos
A culpa é dos reformados e desempregados
Cambada de malandros feios, excomungados.
A culpa é dos que têm uma vida sã
E da ociosa Eva que comeu a maçã
A culpa é do Eusébio, que já não joga a bola,
E daqueles que não batem bem da tola.
A culpa é dos putos da casa Pia
Que mentem de noite e de dia
A culpa é dos traidores que emigram
E dos patriotas que ficam e mendigam.
A culpa é do Partido Social Democrata
E de todos aqueles que usam gravata
A culpa é do BE, do CDS, do PS e do PCP
E dos que não querem o TGV.
A culpa até pode ser do urso que hiberna
Mas não será nunca de quem nos governa
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