Podemos ser acusados de muita coisa, mas nunca de sermos um povo aparvalhado ou sorumbático.
A queda para o anedotário público saído da classe política é antiga e vai fazendo escola. Quem não se lembra do candidato que gaguejou o desconhecimento do pib, de um outro que clamou de dedos levantados o nome do adversário político num comício do seu partido, dos corninhos do ministro ou da tia mansa do outro? Fatal como o destino: quando um ministro, ou equiparado, se irrita lá vai disto.
Agora é a promessa de umas boas lambadas para aprender a não dizer disparates antigos ou modernos. O senhor ministro da cultura não gostou de umas frases que lhe recordaram certamente alguns momentos menos felizes e ripostou publicamente, na sua rede social preferida, com a ameaça que todos nós conhecemos da nossa infância - ai se eu aí vou, ai se eu te encontro a jeito levas um par de bofetadas que é para aprenderes a portares-te como deve ser! Ai, ai, ai!
Qual democracia, qual carapuça. Liberdade de expressão, mas qual liberdade de expressão.
Meus amigos, o respeitinho é uma coisa muito bonita e recomenda-se. E se a coisa não for lá com uma bofetada, prega-se um par de bofatadas, pois que o "e" substituído pelo "a" tem mais vigor, mais definição de quem manda sou eu.
Já uma célebre banda cantava há uma vintena de anos, ou estás caladinho ou levas no focinho.
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