Temos na nossa língua várias expressões relacionadas com chuva ou com o ato de chover: quem anda à chuva molha-se, nunca mais chove, isto está a pedir chuva, não se pode ter sol na eira e chuva no nabal, hoje estou com a morrinha. Tirando a última, que hoje até foi uma sensação pessoal, todas as outras se podem aplicar à situação do nosso país. Meteorológica e politicamente falando, claro.
De uns e de outros andamos fartos.
Ao anterior chefe do Governo foi-lhe dada a oportunidade de se explicar, em direto, na televisão do Estado, como deixou o país chegar àquele estado. Atirou culpas à esquerda e à direita, defendeu-se acusando, mas ia preparado porque "quem anda à chuva molha-se".
Do atual chefe do Governo, os jornais fazem eco da sua impaciência face à demora das altas instâncias em aprovar um orçamento para lá de gravoso. Bolas! "Nunca mais chove", andará ele a espumar pelos corredores do seu palácio de governação. "Olhem que assim ainda me vou embora", ameaça, "Não se pode ter sol na eira e chuva no nabal". No entretanto, vamos torcendo o nariz ao olhar para a carteira cada vez mais vazia, vamos vociferando ao encalharmos com serviços que não funcionam, seja por falta de pessoal, seja por falta de verba. Ai, ai, que "isto está a pedir chuva". E da grossa!
Do tempo, só resta esperar que a Dona Primavera regresse das férias do ano passado.
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